Por que usar vídeo?
A produção e reprodução de textos sempre foi tecnologicamente mais fácil para fins de registro e isso colaborou para que nossa sociedade fosse grafocentrica, mas e a nossa relação com os vídeos?
Para um leitura mais densa sobre isso em Implicações da cultura gafrocentrica na apropriação da escrita e da leitura em dois diferentes contextos.
- Assistir TV é viciante, já notou? A gente fica lá, sentado no sofá, só existindo e a TV fazendo todo o trabalho. Quando o assunto é entretenimento, é bem por aí mesmo. Aprender assistindo TV é bônus!
- E o sucesso dos youtubers? As pessoas seguem canais, navegam entre recomendados e se enredam por lá para se divertir em qualquer lugar. Mas nesse caso ainda tem um benefício a mais em relação à TV: mais liberdade para escolher a programação.
- E claro que há sempre aquele momento que a gente recorre ao Google e caímos em um vídeo que ensina a fazer alguma coisa – os tutoriais. Nesta hora, estamos chegando mais perto da questão instrucional.
[A mídia audiovisual] contagia o público com sua linguagem afetiva, muitas vezes levando a emoções exageradas, o que dificulta a reflexão racional sobre aquilo que se está assistindo.
[…]
De forma intencional ou não intencional, por meio do audiovisual vemos a realidade pelo olhar de outros, e isso implica no cuidado para se realizar uma análise distanciada e crítica, a fim de que não sejamos conduzidos a idéias e visões de mundo previamente elaboradas e que podem ser tecnicamente construídas para manipular as pessoas.
Leia o artigo inteiro em www.infoescola.com/comunicacao/midia-audiovisual/.
Assim como no entretenimento, a aprendizagem envolve emoção.
Assim como no entretenimento, aprender envolve emoção!
Basear educação apenas em emoção é um pouco perigoso. Ao formar alguém, somos responsáveis por desenvolver também seu senso crítico e de cidadania. Não queremos apenas pessoas que saibam de cabo a rabo um conteúdo, mas sim, pessoas que sejam capazes de refletir sobre ele.
Pensando nisso, ao usar o método mais tradicional de educação, o texto, estamos exigindo do aluno, com mais intensidade, o desenvolvimento de uma segunda camada que é o imaginar.
Isso pode nos levar a pegadinha de defender que nossa sociedade é visual e por isso vídeos são melhores (sem contar que vão deixar o curso mais diversificado).
Cuidado!
A decisão de usar vídeos pode ter a ver com isso, mas o motivo mais importante é o mesmo motivos que faz um tutorial ser tão interessantes para nós: ele responde a nossa necessidade com a mídia adequada: nada melhor do que aprender a fazer vendo como faz.
Da próxima vez que for escolher a mídia para passar o conteúdo de um curso não faça isso porque:
- as pessoas gostam mais de vídeo ou
- o público-alvo é formado por homens, técnicos, média de 35 anos, conservadores, com grande instrução e essas pessoas gostam mais de texto que de vídeo.
Por exemplo:
- o público-alvo está cansado de saber sobre esse assunto mas é obrigado a fazer o curso por determinação legal | Nesse caso, um curso inteiro em vídeo, cheio de emoção, que divirta pode ser maravilhoso.
- o público-alvo acha que sabe tudo sobre o assunto e todo ano tem que fazer o mesmo curso porque é obrigado por determinação legal, mas, na verdade, a empresa ainda enfrenta muitos problemas por desconhecimento das regras | Será que nesse caso não seria melhor montar um FAQ que estará sempre disponível e associar a pílulas com videoaulas feitas por especialistas que mostram os problemas do dia a dia.
- o público-alvo está começando na carreira e sedento por aprender | Quanto mais riqueza de detalhes melhor, dê também caminhos para que eles possam se aprofundar além do curso), e por aí vai!
Vídeos bem feitos são lindos e maravilhosos, mas nem sempre eles são a alma do negócio educação. Não é errado ou menos inovador ser clássico!
A alma da educação está dentro de cada aluno!
Parece óbvio, mas a gente esquece com um piscar de olhos.
Ai, ai… Só falta mais um texto para essa série acabar – porque usar recursos educacionais – e eu já estou morrendo de saudades. Pode isso, sociedade? Até mais daqui a pouquinho!
Escrito por LUYANE REINALDO
No menu degustação da vida