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Por que criar recursos educacionais?

Você sabe o que é um recurso educacional?

Quando estamos no contexto da EaD, o recurso educacional nada mais é do que a criação de padrões para determinados conteúdos. Esses padrões podem ser um formato, um título, um ícone, o uso para um personagem, e as opções não terminam aí.

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Existem recursos educacionais bastante conhecidos na área, quer ver? Quem aí já criou um Saiba mais  – um espaço do curso em que o aluno terá acesso a um conteúdo extra, uma curiosidade, algo que extrapola o conteúdo essencial do curso. Além do nome Saiba mais, você pode ter associado a esse bloco textual um ícone que sempre se repete e ter decidido, por exemplo, que esse conteúdo sempre será exibido dentro de uma caixa retrátil, como no exemplo a seguir.

A memória é um mecanismo essencial para a aprendizagem. Contudo, existe uma diferença entre decorar e lembrar!

Quando nós forçamos uma memória com o objetivo de saber determinado conteúdo para determinada situação (exemplo, uma prova), essa memória, muito possivelmente, se manterá como memória de curto prazo e assim que o objetivo for atingido será esquecida. É bem comum que esse tipo de memorização seja incentivada na educação, contudo, ela não é a memória mais adequada quando pensamos na educação como uma ação de desenvolvimento do aluno como ser independente e crítico.

Por isso, os educadores se preocupam em transformar memórias de curto prazo em memórias de longo prazo.

Existem diversas formas de gerar esse aprender e a neurociência tem apoiado a educação nesse processo de descoberta. Sabemos (e comentamos sobre isso nesse texto) que a emoção é um fator bastante importante no aprender. Contudo, o controle da emoção ainda é algo bastante subjetivo.

Por outro lado, a neurociência tem comprovado o poder da repetição como forma de transformar um memória de curto prazo em memória de longo prazo.

No artigo Dados recentes da neurociência fundamentam o método “Brain-based learning” de Angela Souza da Fonseca Ramos – Doutora em Biofísica, Mestre em Biologia Molecular e Psicopedagoga Clínica, Brasília, DF, são elencados 15 princípios do Brain-Based Learning dos quais eu destaco três:

A busca por significados é inata nos humanos.
A busca por significados ocorre por meio de padronização.
As emoções são críticas para a padronização e dirige nossa atenção e memória.

Aí começamos sobre o porquê criar recursos educacionais. Apesar de o recurso educacional não ser a repetição de um mesmo conteúdo como sugere o brain-based learning, trata-se da repetição de um estímulo – codificação – que ajuda o aluno a entender sobre o que será tratado naquele momento.

Codificação

Quando você percebe um evento ou se depara com um pedaço de informação e seu cérebro percebe conscientemente os sons, imagens, sentimento físico ou outros detalhes sensoriais envolvidos.

Fonte: http://cienciameditativa.com/dicas-da-neurociencia-que-garantem-melhor-desempenho-nos-estudos-e-no-trabalho

O cérebro humano é modulado pela repetição de estímulo.

Voltando ao exemplo do Saiba mais que trouxe há pouco, o aluno sabe que todas as vezes que aquele ícone, estilo ou título aparecer, significa que ele está diante de uma informação acessória e interessante. Automaticamente, uma rede neural se consolida sobre esse estímulo e isso permite inúmeras coisas, dependendo das competências e estilos de aprendizagem de cada aluno:

Como o cérebro já está preparado para o tipo de informação que irá receber, é exigido um esforço neural menor chamado de encurtamento do processo neural.

Nosso cérebro consegue reconhecer/encontrar informações similares com maior facilidade, potencializando o fortalecimento das redes neurais sobre aquele assunto.

Se bem escolhidos, os recurso educacionais podem ajudar o aluno na construção de um palácio da memória – que trata-se da associação de um local com o qual está familiarizado com os itens que você está tentando lembrar.

Diferentemente da educação presencial, o EaD tem a seu favor ferramentas que permitem gerar signos visuais forte.

Sobre o poder das imagens e nosso cérebro, recomendo a leitura do seguinte artigo Semiótica.

Se você quer saber como melhorar sua memória, leia o artigo Dicas da neurociência que garantem melhor desempenho nos estudos e no trabalho, e leia algumas dicas sobre o tema!

Finalmente, essa série contou um porquê para você não é mesmo? Mas isso não significa que seu trabalho e encontrá-lo termina aqui. Apesar de você saber porque usar recursos educacionais em seus cursos, seu desafio a partir de agora é defini-los.

Os recursos educacionais são ferramentas poderosas. Não os menospreze repetindo sempre mais do mesmo!

Um Saiba mais, Informações complementares, Dica, Atenção podem sim, funcionar muito bem. Mas algumas vezes, apenas dar uma nova roupagem a eles pode fazer toda a diferença.

  • Pense em nomenclaturas que façam sentido para o público-alvo e conteúdo do curso.
  • Entenda como esse recursos irão impactar no objetivo de aprendizagem.
  • Saia da zona de conforto e busque maneiras e, por que não, mídias diferentes para os recursos. Já pensou que para além de um ícone + um título você pode criar recursos educacionais com vídeos, podcasts, GIFs.
  • Seja coerente. Mais nem sempre é melhor, menos nem sempre é mais!

O céu é o limite!

Confie em si mesmo, pesquise, inspire-se, teste. Apesar de repetir ser um ótimo estímulo para a memória, fazer sempre o mesmo normalmente te leva aos mesmos resultados. Então, deixe a repetição para o lugar certo e permita-se encontrar o que há além da zona de conforto.

Assim encerramos a nossa primeira temporada de Onde vivem os porquês. O que você achou? Acompanhou todos os capítulos? Quer  temporada 2? Tem sugestões de temas para porquês? Conta para a gente!

Escrito por
LUYANE REINALDO

No menu degustação da vida.

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